Percebi que, com o tempo, fui
perdendo a capacidade de encontrar beleza nas pequenas coisas. Quando somos
crianças, de qualquer folha de árvore ou pedra do jardim pode nascer uma
história completa, com romance, drama ou uma comédia fenomenal. Com o massacre
da rotina da vida adulta, fica difícil deixar a imaginação fluir pra criar
esses enredos, ou mesmo pra prestar atenção nas pequenas coisas que nos rodeiam
e fazem parte do dia a dia.
É triste. Sinto falta de achar
graça em qualquer bobeira, de encontrar por aí várias personagens pra grandes
histórias. O marasmo consome, a rotina emburrece. Sim, de certa forma, é um
empobrecimento intelectual que deixamos acontecer naturalmente com o passar dos
anos. Cadê nossa imaginação, nossa criatividade? E, principalmente, cadê a
alegria diária e a felicidade constante de uma vida sem pressão e rica em
detalhes?
A vida é bela. A felicidade está no
dia a dia, nas pequenas coisas que acontecem (ou não) e que nos fazem lembrar
de que ainda há motivo pra sorrir, pra amar, pra ser boa e generosa, pra
enxergar mais colorido. Ainda há como encontrar delicadezas pra lembrar que a
vida não é resumida em trabalho, estudos, saídas vazias e pessoas rasas.
Ainda há esperança, eu acho.
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