Vem!

Vem! Isso mesmo, eu tô te chamando, vem!

E vem sem medo, sem pedras e sem armas, que o passado já não tem mais vez. Já fiz uma boa faxina no meu quarto e no meu coração, e tudo isso pra te receber.

Vem, o que aconteceu já não importa mais: eu me esqueço dos erros, perdoo os pecados e me livro das culpas – a minha e a tua.
Vem, que o que a gente sente é maior.

Vem, que eu já abri espaço pra tua bagunça no armário, e no meu peito também.

Vem, e vem de mala e cuia: vende teu carro e muda teus planos, que pra ser feliz a gente não precisa de muito. Você é meu combustível e eu ando tão desanimada sem você por perto... preciso te consumir.
Vem, que eu já concluí a lista de loucuras que uma garota sozinha pode fazer.

Vem, que meu celular tá vazio, esperando se encher das nossas novas – e antigas – músicas.

Vem, que eu já me acostumei a dormir só de um lado da cama, que é pra caber você também. Já abri as cortinas pro vento entrar e te ajudar a encontrar o caminho. Eu deixo você deitar do lado contrário junto comigo e olhar através da mesma janela de antes, pra ver o céu azul dessa cidade que guarda tanta coisa nossa. Juntos, vamos olhar pro mundo e rir das nossas desgraças passadas, e planejar nossas bagunças futuras. Eu prometo ficar do teu lado quando tudo der certo, e quando der tudo errado também.

Vem, e pode trazer teu desassossego de alma, que eu bem conheço, pra se misturar com o meu. Até nisso a gente se parece.

Vem, e traz tuas derrotas internas, teus fracassos e tuas conquistas, tuas dúvidas e os monstros que eu sei que habitam o chão debaixo da tua cama. Traz teus erros e tuas falhas também, que eu apago uma por uma e te faço crescer.

Vem, arruma tuas coisas e traz tudo na mala, que eu vou desfazer com cuidado, pra jogar fora o que não faz mais sentido guardar.

Vem, que eu fico calada quando você quiser silêncio e faço a festa quando necessário.

Vem, que eu quero me perder nos teus braços, fazer teu peito de travesseiro e sentir aquele antigo arrepio embaraçoso quando fitar o profundo dos teus olhos indecifráveis.
Vem, que minha felicidade carrega teu sobrenome e "amor" pra mim é sinônimo de você.

Vem, e não demora! Não me deixa esquecer o teu rosto e os detalhes que eu decorei há mil anos atrás. Ontem me demorei recordando cada centímetro teu, e percebi que não demora muito e já não vou me lembrar de alguns pormenores... Por isso, vem rápido! Quero sentir teu cabelo entre meus dedos e rir da tua cara quando eu bagunçá-lo.

Vem depressa, que o inverno tá chegando e eu vou sentir frio no cinema sem o teu abraço. Se der preguiça de ir ao shopping, a gente assiste filme em casa mesmo, e deixa nossas pernas se confundirem debaixo do edredom. Teu colo era tão bom...  Faço até um cappuccino daqueles que a gente gosta.

Vem correndo, que eu já não me recordo do compasso do teu coração, e tô sentindo falta do teu calor exagerado. Tô com saudade até dos teus dramas que sempre me faziam rir.

Vem, tá na hora! Quero sentir de novo teus dentes na minha pele e brincar com a tua barba mal feita.  Deixa de graça e vem logo! Que já cansei dessa história de fingir que te esqueci. A gente já sofreu demais, e já aprendeu o que tinha de aprender. Chegou o momento de mandar todo o resto embora e começar de novo, do jeito que vai dar certo, dessa vez. Não adianta fingir que não lembra que junto a gente pega fogo, de amor e de ódio, na plenitude e no infinito do maior sentimento que já existiu. Você preenche cada lacuna e faz a vida pulsar dentro de mim, amor.

Vem, que eu amo cada defeito teu e vou calar tua boca com um beijo toda vez que você pensar em dizer alguma merda. Eu juro que deixo você me sufocar com o teu desespero mais uma vez. Quero gastar mais horas de vida só mirando teu rosto, e deixar meus sonhos todos voando à solta, ao teu redor.
Vem, que eu te quero quando você tá forte e também quando tá fraco, e não precisa tentar esconder tua fraqueza de mim com essa tua pose de “tá tudo bem”. Eu conheço você demais pra isso e tenho o poder de escolher... e eu escolho você. 
Vem, que eu tô te esperando.  E vou te esperar até quando eu quiser.

VEM!