“Eu te falei que iria, não te falei? Tu
mandaste eu ir me tratar e eu fui. Tratei de viajar, fazer novas amizades,
pedalar sem rumo e terminar de ler aquele livro que tu me deste quando as
coisas ainda eram boas entre nós. No final da história o namorado da guria
morre. Sim. Eu sei que era evidente. Mas o mais surpreendente foi eu pensar que
eles iriam morrer juntos. Quem morreu foi ele. A guria ficou uns meses
apanhando de tamanca da saudade, mas depois voltou a viver novamente, a sorrir
com os olhos e sobreviver com as lembranças no bolso. Cheguei até pensar
que foi deboche teu me dar aquele livro. E
sabe o que é pior? A gente havia prometido que nunca nos deixaríamos. Que
casaríamos com a benção de um monge e teríamos um piá com nome de anjo.
Havíamos. Na verdade, eu acho que foi até melhor ter sido mentira, sabe? Já tive saudade, hoje é só lembrança.
Exatamente como o teu rosto fúnebre passando naquele carro. Tratei de vender os livros antigos naquele sebo que jurei nunca mais entrar, e com isso ganhei um novo contato no WhatsApp. Tratei de trocar de cheiro e agora as horas são contadas de um jeito diferente. Tratei de jogar todo o resto no lixo, junto com a parte minha que ainda era tua. Descobri que meu coração é igual ao fígado e tem capacidade de regeneração. Amor, eu já fui. Tô lá. Tô sendo.”
* Texto extraído do blog Amor Abusado (com algumas modificações). ;)
Já tinha lido texto parecido! Acho válido tudo viu... É desse jeito que deveria acontecer pelo menos *--*
ResponderExcluirisabelefarias.blogspot.com
Isa, só ter vontade de mudar que coisas boas acontecem, vai por mim... :)
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